Cidade das Tradições

Com a Pronúncia do Norte

Retomando o mote da edição de 2015, a Cidade das Tradições volta a convocar o país, e em especial a região Norte, para uma grande celebração do nosso Património Cultural Imaterial, no Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa, ao ar livre, com um programa diversificado para todos os públicos, feito de música, dança, cinema, teatro, fotografia, gastronomia, artes e ofícios, brinquedos e jogos tradicionais, dias 26, 27 e 28 de setembro.

Música e Dança

Sons do Douro

Por entre melodias singulares, pipas de vinho, cestas, pés descalços e tudo o que o Douro enraizou, os Sons do Douro, sob coordenação de Liliana Abreu, sobem ao palco para narrarem estórias reais e ficcionadas através de som, luz e palavra, num encontro entre música popular e percussão contemporânea.

Cantadores da Aldeia Nova de São Bento e Quatro Ao Sul com Isabel Silvestre e Vozes de Manhouce

O canto polifónico feminino de Manhouce e o cante alentejano reúnem-se, a muitas vozes, para partilharem um património comum baseado no cancioneiro tradicional português, a que se juntam temas originais de José Barros (direção musical do projeto), compostos para assinalar o reconhecimento do Cante como Património Imaterial da Humanidade pela Unesco.

"Nun me Lhembra de Squecer", Jazz em Mirandês 
O Jazz também pode ser cantado em mirandês e quem nos confirma é o admirável projeto de Isabel Ventura e seu trio, que junta os sons identitários da língua mirandesa ao idioma jazzístico.

Orquestra de Bandolins de Esmoriz com “Suite Bandopipo”
A fusão inovadora de música e tanoaria deu origem a esta obra, composta por quatro movimentos que narram os diferentes estágios da vinicultura, desde a produção do pipo, tendo como instrumento solista o singular Bandopipo.

Retimbrar e Sopa de Pedra
Concerto liderado por dois projetos portuenses vibrantes e audazes de reinvenção da música tradicional portuguesa, que convidam a que todos entremos no baile: coletivo criativo de oito músicos alimentados pelo património rítmico português, inventores do movimento e estilo TugaBeat, e o grupo de investigação musical composto por dez mulheres, autoras de arranjos a capella de canções de trabalho, protesto e ruralidade, resgatando a riqueza da herança polifónica do país.

Daniel Pereira, Showcase de cordofones e percussão tradicional
Concerto intimista, a solo, que dá protagonismo à variedade de cordofones, melodias, ritmos e percussões tradicionais e às várias sonoridades, com particular foco no nosso pequeno grande tetracórdio – o cavaquinho.

Chulada de Ponte Velha 
Coletivo originário de Santo Tirso dedicado ao reportório da “chula” – género musical de andamento ligeiro, originário do Alto Douro – regido pelas obrigatórias gaitas-de-foles, violinos e percussão, prometendo muito pé dançante e animação.

Orquestra Gerajazz & convidados em concerto de ritmos africanos num encontro Afro-Lusófono
O concerto Raízes Sonoras: Um Encontro Afro-Lusófono reúne a Orquestra GeraJazz da Orquestra Geração, composta por jovens músicos da Orquestra Geração e artistas convidados do mundo da música africana – Selma Uamusse, Karyna Gomes, Isabel Novella, Iúri Oliveira, Jéssica Pina e o mestre griot do Kora José Braima Galissá.
Segundo Eduardo Lála, coordenador técnico-pedagógico e maestro da formação, “o espetáculo não só apresenta uma fusão de géneros musicais como o jazz e os ritmos tradicionais africanos, mas também simboliza o impacto transformador da música na promoção da coesão social, inclusão e desenvolvimento económico”.
O Gerajazz surge no ano 2010/2011 e é um projeto da Orquestra Geração, programa centrado na ação e desenvolvimento social através da música, inspirado no El Sistema da Venezuela. No presente, integra alunos de distintos núcleos assim como o recente núcleo de Jazz da Orquestra Geração em Oeiras, contando com o apoio da Fundação Share e do município de Oeiras.

Teatro

Teatro Dom Roberto por Teatro e Marionetas de Mandrágora (Filipa Mesquita)
Teatro profundamente interventivo com o público, que convoca a comicidade e os sentimentos mais primários, onde o Roberto faz a plateia gritar, saltar das cadeiras, criar laços, e as histórias são herança de uma tradição que chegou até nós.

Recriação da “Lenda do Galo de Barcelos”
A Associação Amigos do Pato de Rio Côvo é conhecida pelas suas encenações desta lenda, utilizando trajes típicos e reproduzindo-a cenicamente, atraindo visitantes e tornando-se um ponto turístico importante para a região. Esta é a sua primeira apresentação fora de Barcelos.

“Mulheres Móveis” por Astro Fingido Associação Cultural
Performance que presta homenagem às mulheres carreteiras, que transportavam os móveis à cabeça em Paredes. Partindo dos seus testemunhos, acompanhamos as histórias e memórias de Maria, Letinha, Justa e Sãozinha, que trilharam esse caminho de sacrifício, pontuado por momentos de alegria e solidariedade.

Cinema

Práticas, representações, expressões e conhecimentos do património imaterial em registo cinematográfico/videográfico com seleção de títulos por Doclisboa – Festival Internacional de Cinema, Museu do Douro e as associações Ao Norte – Produção e Animação Audiovisual e Filmes aos Montes.

Oficinas e Tertúlias

Arte da filigrana, brinquedo tradicional, bordados tradicionais, calçada portuguesa, construção de cabeçudos, construção de cordofones, construção de marionetas, contradanças e quadrilhas do Alto-Douro, dança da cana verde cruzada, dança siga a rusga, execução do cavaquinho, fotografia à la minute, loiça preta de Bisalhães, máscara e fato do careto de Podence, percussão tradicional, pipacústica24 e o bandopipo, pipas de vinho – percussão e tanoaria, polifonias femininas, rendas de bilros.

Gastronomia

Chef Hélio Loureiro, Chef Marco Gomes, Confraria do Covilhete, Confraria do Pão da Regueifa e do Biscoito, Queimada Galega.

Arruadas e Desfiles

Banda de Gaitas de São Tiago de Cardielos, Banda Plástica de Barcelos, Caretos de Podence, Castanholas de Freamunde, Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho, Gaiteiros de Ponte Velha, Rancho Folclórico do Porto / Pregões Antigos.

Evento de entrada livre, pensado e preparado como convite à participação espontânea em todas as atividades, e à troca de experiências com artistas e artesãos, que ensinam a tocar os seus instrumentos, a dançar as suas modas, a laborar os seus ofícios, criando oportunidades para descobrir segmentos de um mapa cultural até aqui, porventura, desconhecido.

 

Sofia Tomaz