O cinema torna-se uma janela para as tradições, ofícios, rituais e expressões culturais que definem comunidades e passam de geração em geração.

Cada filme é um convite para mergulhar em narrativas que mantêm viva a memória e a alma de um povo. Descubra como o cinema pode captar e preservar a essência do nosso património, mostrando que está em constante evolução.

Práticas, representações, expressões e conhecimentos do património imaterial em registo cinematográfico/videográfico com seleção de títulos por:

 

  • Doclisboa – Festival Internacional de Cinema. Prémio Fundação INATEL / Património Imaterial da Humanidade

NŪHŪ YÃG MŪ YÕG HÃM: ESSA TERRA É NOSSA!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero | Brasil, 2020, 1h10 [Vencedor Doclisboa 2021]

“Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos cercaram-nos e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e ensinaram-nos as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.” Fruto da colaboração entre cineastas Maxakali e não-indígenas, este documentário mostra como o povo Maxakali tem resistido à destruição e à desapropriação, desde o início da colonização até aos dias de hoje.

©essa terra é nossa

PIEDRA SOLA, de Alejandro Telémaco Tarraf | Argentina, México, Qatar, Reino Unido, 2020, 1h22 [Vencedor Doclisboa 2020]

A 4000 metros acima do nível do mar, nas profundezas da Puna argentina, um pastor de lhamas procura a trilha de um puma invisível que está a matar o seu gado. Após a busca, ele será guiado para um encontro místico entre os seus ancestrais e uma forma mutável do puma.

©doclisboa_Piedra_Sola_STILL

  • Fundação Museu do Douro

O CICLO DA VINHA, de Vítor Bilhete

Centrado no coração do vinhedo, objetivando a diversidade da paisagem vinhateira da região do Douro, ao longo do vale e ao longo das estações, é um registo de um dos mais belos exemplos de intervenção humana na natureza resultando numa verdadeira obra de arte. A primeira exibição do filme ocorreu em Vila Real, com organização da comissão das Comemorações dos 250 Anos da Região Demarcada do Douro. 

VIAGEM AO CORAÇÃO DO DOURO, A TERRA ONDE NASCI, de João Botelho | 2002, 30min 

“Pelo meio, memórias de infância, impressões fugidias de sons, cores e rostos do Douro, a minha alma e os meus olhos abertos em absoluta submissão à grandeza deste rio demente e à não menos monumental, trágica e gloriosa epopeia dos homens que lhe transformam o ventre e as margens em nome do vinho mais famoso do mundo. A convocação de grandes escritores que o tentaram descrever, ou de poetas que o cantaram e o rio sempre a fugir-lhes, como me fugiu a mim de tão desmedido que ele é, deixando-me nas mãos um esboço de documentário, este pequeno filme.”

 

  • AO NORTE – Associação de Produção e Animação Audiovisual

ÁGUAS EM CONTA, de Carlos Eduardo Viana | 2012, 54min

A partilha da água de rega é uma tradição ancestral visível, ainda hoje, em algumas aldeias de Portugal. A água que corre livre nas levadas e ribeiros é dividida durante os meses de verão para irrigar os campos agrícolas. Esta partilha obedece a um complexo sistema de divisão profundamente enraizado nas populações rurais. Há dias e horas marcados que são escrupulosamente cumpridos pelos consortes que têm direito à água.

S. JOÃO D'ARGA, de Carlos Eduardo Viana | 2012, 44min

Em plena Serra de Arga realiza-se, na ermida de S. João d'Arga, do dia 28 para o 29 de agosto, uma das mais características romarias do Alto Minho. O filme mostra os trabalhos de preparação – o erguer dos coretos da música, a preparação dos quartéis, a instalação das tendas de comes e bebes, o arranjo dos andores e das decorações e da capela – e a festa, onde é bem visível o verdadeiro sentido de romaria, numa coexistência de elementos religiosos e lúdicos, de danças, cantos e devoções.

ARGAÇO, de Carlos Eduardo Viana | 2012, 1h15

O sargaço, também designado por argaço, é o conjunto de diversas algas marinhas que crescem nos rochedos da plataforma continental. Usado como fertilizante agrícola, o seu uso está praticamente restrito à região norte do país, em particular em campos hortícolas da zona da Póvoa de Varzim e de Viana do Castelo. Além da agricultura e fertilização das terras de cultivo, as algas, normalmente apanhadas entre maio e setembro, podem também ser utilizados nas indústrias cosmética e farmacêutica, e, pelo seu grande valor nutritivo, já há quem as utilize como ingrediente na gastronomia minhota.

DESAFIOS, de Carlos Eduardo Viana | 2013, 1h23

A tradição das cantigas ao desafio tem uma grande importância no Alto Minho. São uma forma de crítica em verso, em que o cantador ataca o seu par até um deles não ter resposta e se dar por vencido. Há festas, romarias e convívios que não dispensam a concertina e os cantadores. “Desafios” traz-nos o mundo das cantigas ao desafio através da intervenção de alguns dos mais conhecidos cantadores do Alto Minho, onde se destacam Delfim e Carminda, de Arcos de Valdevez, José Cachadinha, de Ponte de Lima, Armando Marinho, de Ponte da Barca, e Augusto Canário, de Viana do Castelo. 

 

Associação Filmes aos Montes

Dedica-se ao desenvolvimento de atividades culturais, com especial foco no cinema.  Está associada ao ciclo de cinema "Trás-Os-Filmes", que tem como objetivo dar voz a jovens talentos e realizadores portugueses, promovendo a exibição de filmes de curta e longa-metragem.

(Filmes a designar)